sábado, 30 de agosto de 2014

UM DESTINO CRUEL?

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Paulo Guimarães

Vivemos num enorme corre-corre, o dia não parece ter as mesmas 24 horas durante o dia. Falas como “Estou sem tempo para parar!”, “Deixa eu ir que estou atrasado” se tornam cada vez mais comuns entre nós. E é ai que situações e circunstancias que acontecem sem previsão parecem acabar com nossa agenda. Um percurso normal de trabalho pode ser transformar numa verdadeira selva, e uma pequena viagem pode acabar em desastre. A questão é: Será possível viver com o espírito moderno e ainda ter tempo para as coisas mais simplórias? O destino existe?
A notícia a qual parou a programação da rede globo nesta manha de quarta-feira (14/08) é um exemplo desta fala. O então candidato a presidência da República, Edu
ardo Campos, cumprindo sua agenda de compromissos para a campanha se viu morto por um acidente acontecido em Santos. Tanta vida, tantos projetos... acabados ali, numa pequena viagem para Guarulhos.
Outro exemplo, já um pouco mais antigo, foi o as duas Torres Gêmeas nos EUA em 11 de setembro de 2001. A novidade, contudo, é o oposto: quantas vidas foram salvas por questões de segundos, por contratempos que aconteceram impedindo alguns de chegarem ao serviço no horário pontual.
No filme Premonição, agora no campo da ficção, o enredo narra a explosão de um avião com várias pessoas. As cenas pontuam alguns dos passageiros perdendo o voo por questões banais. Será o destino? Haverá um destino?
Há um antigo provérbio que resolve bem esta questão. O adágio expressa: “Numa noite escura, numa pedra escura, uma formiga escura, Deus a vê a ama”. Longe de crendices ou fé, a escrita aponta para uma realidade que supera a razão humana, isto é, há algo superior que cuida de cada ser, providenciando o melhor para nossas vidas.
Como assim? Alguns estão a perguntar: mas pessoas morreram, outras ficaram feridas. A resposta, mais simples do que se pode imaginar é, mistério! Mistério de algo que não é capacitado a nós, a gente só pode adentrar a ele, mas compreendê-lo totalmente é impossível. Digo isto porque causas naturais, ou falhas humanas serão levantadas nos inúmeros casos citados, mas a vida – um dom – segue...
E é este seguir que espanta a cada um de nós, o mal feito ao uns pode ser bom para o outro. Vingança? Jamais! É a questão do prisma... Somos diferentes, temos visões desiguais, entretanto olhamos e perseguimos o mesmo objeto, isto é, a felicidade. Retomando o exemplo do candidato a presidência, o defunto mal foi enterrado e os adversários e coligações se reuniam pensando quem iria suprir o falecido (como se isto fosse possível). Vejam que ninguém saberá o que poderiam acontecer se ele estivesse vivo, mas a questão é: ele saiu da competição, agora, os partidos devem articular para não perderem “espaço”. 
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No jogo do corre-corre, o Cronos é cruel e marca em cima: os minutos e até os segundos. Que saudade daquele tempo em que não tínhamos tanta correria e que podíamos aproveitar um simples oi, jogar uma conversa fora e apreciar — sim aproveitar — o belo dia que surge a cada manhã. A correria do mundo moderno está (trans)formando a cada um de nós em corredores de nossos próprios interesses com inúmeras consequências. E o problema é, afinal, se o destino estará ao nosso favor ou não nesta estrada da vida, mas isto... é uma outra história. 

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