Vitória da Incógnita
O
Brasil está dividido. Dilma Roussef venceu a disputa presidencial pela menor
diferença desde a redemocratização do país, em 1989. O número de votos brancos
e nulos também assustou: mais de 20% da população votou entre nulo e branco. O
futuro político do país está incerto... a Presidenta reeleita prometeu uma
reforma política com a participação da população, mas o questionamento dos
opositores é justamente este: como quem está no governo há um tempo vai mudar a
forma de fazer política? Mas também, se analisarmos, o partido concorrente não
representa uma mudança completa, pois já governou o Brasil em outras épocas e
somou muitos escândalos, assim como o atual governo. Que confusão, hein? O que
fazer então? Pra onde ir? Será que é daí que vem a indecisão do brasileiro?
Como diria Charles Bukowski, “escrever é melhor do que beber”..... então, vamos
lá:
Raul
Brandão bem dizia que “todos os dias mudamos de opinião e somos empurrados para
léguas de distância por uma coisa frenética, que nos leva não sei pra onde”. Transportando
esta frase para o que estamos tentando explicar: ora defendemos Dilma por ter
melhorado a vida do povo mais humilde, ora defendemos Aécio por representar
talvez a renovação. Mas aí lembramos que alianças políticas são formadas a todo
momento entre estes mesmos rivais, não para ajudarem a governar, mas por poder,
“afogado em sua elegante vaidade”, como dizia Charles Bukowski . Me lembra
Rubem Alves: “O estar junto não quer dizer comunhão”. Sábias palavras!
O
povo, na verdade, torce por algo diferente, positivamente falando, é claro. Não
importa através de quem, mas há esse anseio. Muitos estão preocupados, é
verdade, em acusar e caçar falhas dos políticos, mas a maioria ainda torce por
este país, e tem o desejo irrevogável de vê-lo crescer, independentemente de
quem esteja governando. Vamos torcer para que, dentro de todo este embrulho, as
coisas aconteçam, sem muitos questionamentos, por favor! “Não condeno e nem
explico nada, e fujo até descer dentro de mim próprio” , já escrevia Raul
Brandão.
Por Barney Campos
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