terça-feira, 4 de novembro de 2014


Vitória da Incógnita

 

                O Brasil está dividido. Dilma Roussef venceu a disputa presidencial pela menor diferença desde a redemocratização do país, em 1989. O número de votos brancos e nulos também assustou: mais de 20% da população votou entre nulo e branco. O futuro político do país está incerto... a Presidenta reeleita prometeu uma reforma política com a participação da população, mas o questionamento dos opositores é justamente este: como quem está no governo há um tempo vai mudar a forma de fazer política? Mas também, se analisarmos, o partido concorrente não representa uma mudança completa, pois já governou o Brasil em outras épocas e somou muitos escândalos, assim como o atual governo. Que confusão, hein? O que fazer então? Pra onde ir? Será que é daí que vem a indecisão do brasileiro? Como diria Charles Bukowski, “escrever é melhor do que beber”..... então, vamos lá:

                Raul Brandão bem dizia que “todos os dias mudamos de opinião e somos empurrados para léguas de distância por uma coisa frenética, que nos leva não sei pra onde”. Transportando esta frase para o que estamos tentando explicar: ora defendemos Dilma por ter melhorado a vida do povo mais humilde, ora defendemos Aécio por representar talvez a renovação. Mas aí lembramos que alianças políticas são formadas a todo momento entre estes mesmos rivais, não para ajudarem a governar, mas por poder, “afogado em sua elegante vaidade”, como dizia Charles Bukowski . Me lembra Rubem Alves: “O estar junto não quer dizer comunhão”. Sábias palavras!

                O povo, na verdade, torce por algo diferente, positivamente falando, é claro. Não importa através de quem, mas há esse anseio. Muitos estão preocupados, é verdade, em acusar e caçar falhas dos políticos, mas a maioria ainda torce por este país, e tem o desejo irrevogável de vê-lo crescer, independentemente de quem esteja governando. Vamos torcer para que, dentro de todo este embrulho, as coisas aconteçam, sem muitos questionamentos, por favor! “Não condeno e nem explico nada, e fujo até descer dentro de mim próprio” , já escrevia Raul Brandão.
                                                                                                                                                                       
                                                                                                                      Por Barney Campos

                               

 

 

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