segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um novo olhar sobre a loucura

Mental

Do gênero comédia-dramática, Mental traz uma nova perspectiva, um novo olhar para a tão temida loucura. O desenrolar da trama começa apresentando os Moochmore, uma família bizarra de desajustados que ao ver-se sem a matriarca (internada por problemas psicológicos) fica sob os cuidados de uma andarilha durona, desbocada com um estilo alternativo, Shaz, interpretada por Toni Collette, é contratada por Berry (pai) para cuidar das cinco meninas que ele curiosamente mal conhece.
O que pareceria a principio uma péssima ideia (contratar uma mulher fora da lei para cuidar das crianças) acaba se tornando o veículo transformador da vida de boa parte dos habitantes da pequena cidade Dalphins Heads.
O longa-metragem retrata o mundo das pessoas que sofrem com transtornos ou problemas mentais, focando não somente quem sofre como também o mundo das pessoas de fora e de que maneira elas enfrentam esta realidade.
Em Dalphins Heads as aparências enganam. Tem a mãe de família louca, no entanto, doce e amável, e suas cinco filhas que ao viverem dentro desta realidade acabam sofrendo de doenças mentais inexistentes, cada uma delas a manifesta a sua maneira; o confiante prefeito da cidade que também é um pai ausente e infiel; a vizinha fofoqueira e perfeccionista com sua a filha homossexual; a tia que para fugir da sua realidade é obcecada por bonecas.
Todos em Dalphins, sem exceção, possuem um traço distinto de loucura, é ai que se encontra um dos fatores essenciais da crítica transmitida por Hogan. 
O longa-metragem traz reflexões acerca do interior do ser humano, sobre “quem sou eu e quem eu deveria ser”, tendo como foco os problemas psicológicos. O filme é uma quebra de paradigmas. É possível que até o público menos atento possa ser levado a um questionamento: o que realmente significa ser louco nessa sociedade? Onde a desordem é tida como doença e ter o controle de tudo é a máxima perfeição.

Ana Monteiro

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