O Casamento de Muriel |
A desestrutura
familiar, a relação tempestuosa com o pai, e a exclusão social compõem a trama dessa comédia dramática do diretor Australiano P.J Hogan. O desenrolar acontece quando Muriel, a protagonista, decidisse mudar de vida e assumir uma nova
identidade.
Tendo como base familiar um pai arrogante, infiel, e possuidor de
caráter duvidoso, e uma mãe bondosa, porém ingênua e sem autonomia, Muriel se vê numa crise de identidade.
Com uns quilinhos a
mais e fascinada pela magia do casamento, a protagonista de Hogan acredita que
para ser aceita é preciso mentir, e o faz com uma facilidade incrível. Ainda
que desajeitada e algumas vezes deprimida a personagem principal possui uma
confiança nata que a faz perseguir sem descanso o seu maior sonho, casar-se com
alguém. Não importando quem seja.
No decorrer da incessante
busca pela realização de um sonho, Muriel esbarra em questões essenciais para
sua favorável mudança interior: o real valor de uma amizade, a importância dos
bons valores dentro da família, o reencontro com o seu “eu” interior, e
finalmente a tão esperada “aceitação”.
Um fato interessante sobre
a protagonista vivida por Toni Collette é que ela tem um jeito doce e sensível,
porém é mentirosa e manipuladora. Assim Hogan mostra com a narrativa uma personagem
fiel às características do ser humano, ou seja, não é bom nem ruim, mas sim uma
junção dos dois.
P.J Hogan brinca com as
emoções,vai da comédia ao drama de forma rápida, sutil e natural. E consegue em muitas cenas arrancar boas risadas.
Gravado na Austrália, o longa é narrado ao som
do famoso grupo musical ABBA o que dá um toque impar ao longa-metragem. E não deixa de ser ma boa recomendação para quem quer sair da rotina e embarcar num novo universo. O de uma jovem que é capaz de tudo para conseguir realizar o seu maior sonho. Casar-se.
Ana Monteiro
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