quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Enfrentando os demônios internos como uma “Dancing Queen”(ABBA)

O Casamento de Muriel

A desestrutura familiar, a relação tempestuosa com o pai, e a exclusão social compõem a trama dessa comédia dramática do diretor Australiano P.J Hogan. O desenrolar acontece quando Muriel, a protagonista, decidisse mudar de vida e assumir uma nova identidade. 
Tendo como base familiar um pai arrogante, infiel, e possuidor de caráter duvidoso, e uma mãe bondosa, porém ingênua e sem autonomia, Muriel se vê numa crise de identidade.
Com uns quilinhos a mais e fascinada pela magia do casamento, a protagonista de Hogan acredita que para ser aceita é preciso mentir, e o faz com uma facilidade incrível. Ainda que desajeitada e algumas vezes deprimida a personagem principal possui uma confiança nata que a faz perseguir sem descanso o seu maior sonho, casar-se com alguém. Não importando quem seja.  
No decorrer da incessante busca pela realização de um sonho, Muriel esbarra em questões essenciais para sua favorável mudança interior: o real valor de uma amizade, a importância dos bons valores dentro da família, o reencontro com o seu “eu” interior, e finalmente a tão esperada “aceitação”.
Um fato interessante sobre a protagonista vivida por Toni Collette é que ela tem um jeito doce e sensível, porém é mentirosa e manipuladora. Assim Hogan mostra com a narrativa uma personagem fiel às características do ser humano, ou seja, não é bom nem ruim, mas sim uma junção dos dois. 
P.J Hogan brinca com as emoções,vai da comédia ao drama de forma rápida, sutil e natural. E consegue em muitas cenas arrancar boas risadas.
    Gravado na Austrália, o longa é narrado ao som do famoso grupo musical ABBA o que dá um toque impar ao longa-metragem. E não deixa de ser ma boa recomendação para quem quer sair da rotina e embarcar num novo universo. O de uma jovem que é capaz de tudo para conseguir realizar o seu maior sonho. Casar-se.


 Ana Monteiro

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